Aula n.º 9 - 29 de Novembro

 

Objetivos: 

  • Conhecer a Técnica da Obervação;
  • Compreender como se deve proceder na construção  de inquéritos.

A apresentação dada pelas colegas dizia respeito à tecnica da observação. As ilações que retiro após a apresentação das colegas e, de posteriores leituras é que a observação, segundo Estrela, A. (1994) consiste numa atividade de recolha de informação – formal ou informal – onde se pretende uma análise detalhada de uma situação ou de um comportamento. A observação pode constituir uma técnica ou um método, numa dada investigação, sendo por vezes o primeiro passo a seguir. Deste modo, a observação enquanto método pode englobar diversas funções. Além da análise detalhada, a observação permite relatar uma determinada situação, problematizar, avaliar, investigar e por fim infletir ou inferir sobre um dado acontecimento/situação.

Segundo o mesmo autor, existem seis tipos de observação, sendo este: a observação naturalista; observação participante; observação não-participante; observação ocasional; observação sistemática; observação molar; e, a observação molecular. No entanto, apesar de as colegas terem mencionado cada os vários de de observação irei-me focar na de observação não-participante, sistemática e molecular, uma vez que é onde se situa o tipo de observação que o meu grupo irá utilizar.

Na perspetiva da situação ou na atitude do observador, o grupo empregou a observação não-participante, uma vez que esta consiste numa ação em que o observador não participa na vida do grupo que está a ser alvo de estudo. Segundo Bogdan e Biklen (1994), o investigador abstém-se de todo e qualquer contato com os sujeitos observados e não intervém, uma vez que a presença do investigador no terreno introduz neste uma série de novas relações sociais. Este tipo de técnica reduz substancialmente a interferência do observador no observado, e permite o uso de instrumentos de registo sem influenciar o objeto do estudo.

Contudo, apesar de captar uma variedade de situações e uma informação rica e profunda, o comportamento dos observados pode não ser autêntico e, o investigador não dispõe de flexibilidade.

Quanto ao processo de observação, centrámo-nos no tipo de observação sistemática, que segundo Medley e Mitzel, citado por Estrela, A. (1994:40), “faz-se fundamentalmente através de duas formas: sistemas de sinais e sistemas de categorias”. Ao longo das nossas observações, regemo-nos pelo sistema de categorias, uma vez que íamos registando os comportamentos, à medida que iam ocorrendo, independentemente se estes já tivessem acontecido. Deste modo, a observação sistemática coloca em relevo a coerência dos processos e resultados obtidos, utilizando técnicas rigorosas, onde o observador dispõe de um método de anotação orientado para a recolha de dados, podendo assumir as formas acima referidas.

Este tipo de observação, segundo o mesmo autor (1994), assume diversas características:

  • É dirigida e tem objetivos pré-definidos;
  •  Existe uma aquisição de dados cientificamente significativos;
  • É utilizada para compreender como funciona uma determinada atividade;
  • O observador deteta as etapas de um processo, as ferramentas utilizadas, as dificuldades que aparecem, as conversas e os resultados do trabalho;
  • A observação é feita repetidas vezes até que se adquira informação suficiente;
  • O registo é realizado em grelhas de observação.

Por fim, no que se refere às características do campo de observação, o grupo irá beasear-se na observação molecular, uma vez, o objetivo das observações era, fundamentalmente, observar o comportamento do formador, nomeadamente, as metodologias utilizadas, a forma como expõe os conteúdos, a adequação das atividades à ação de formação, bem como, a interação que este estabelecia com os formandos. Deste modo, a observação molecular, segundo Estrela, A. (1994:50) refere “comportamentos específicos, constitutivos de padrões”, ou seja, esta observação é mais restrita porque só se refere a um determinado comportamento.

No que diz respeito à apresentação das outras colegas colegas as conclusões que cerca acerca da construção de inquéritos é que estes são padronizados e aplicados a pessoas indiscriminadamente, desde que façam parte de determinados grupos sociais estudados, objectivando a quantidade de respostas iguais e diferentes, a uma mesma questão. A sua técnica caracteriza‑se por uma pequena ou quase nula interferência do cientista sobre aquele que responde.

É, ainda importante compreender que a sua construção passa por diversas etapas, que não podem ser ignoradas, muito menos esquecidas, uma vez que, estas garantem o sucesso de implementação do mesmo. Desta forma, na primeira etapa devemos especificar as variáveis, na etapa seguinte devemos escolher o formato das questões, posteriormente a esta etapa, segue-se a escolha do tipo de respostas que pretendemos aplicar, após estas fases, a fase seguinte assenta no teste piloto, na minha opinião é uma das fases que revela ter maior importância, pois permite rever, diagnosticar e corrigir imperfeições detectadas. Posto estas etapas, é chegada à fase de avaliação do questionário, e por fim implementa-se.

 

 

Referências bibliográficas: 

 

  • ESTRELA, A. (1994). Teoria e Prática de Observação de Classes. Uma Estratégia de Formação de Professores (4.ª ed.). Porto: Porto Editora.

  • FODDY, William (1996). Como perguntar: Teoria e Prática da construção de perguntas para entrevistas e questionários, Oeiras, Celta Editora.

  • QUIVY, Raymond; CAMPENHOUDT, LucVan (1992). Manual de Investigação em Ciências Sociais. Lisboa: Gradiva.


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