Ficha de leitura 1

 

  • Referência Bibliográfica: Albarello,L. et al (1997). Práticas e métodos de investigação em Ciências Sociais.Lisboa, Gradiva. Ruquoy, Danielle- Situação de entrevista e estratégias do entrevistado, p. 84-116

  •  Palavras-chave: EntrevistaEntrevista diretiva; Entrevistado; Entrevistador

  • Síntese do texto:

A partir da leitura do texto “Situação de entrevista e estratégias do entrevistado” é possível perceber diversos fatores e constatar cinco pontos fulcrais para a compreensão e análise do mesmo, nomeadamente, a escolha da entrevista; o estatuto dos dados recolhidos; a metodologia da entrevista; as estratégias de primeiro contacto com as pessoas selecionadas; e as estratégias de intervenção do entrevistado. Ainda nesta perspectiva é importante referir que a entrevista é um instrumento primordial e é utilizada como único meio de recolha de dados em investigações, mais precisamente em Ciências Sociais, este instrumento está presente na fase exploratória das investigações, de forma a diagnosticar informações pertinentes para iniciar a investigação, que vai de encontro com o objeto em estudo.
A escolha da entrevista é feita tendo em conta as referências teóricas da investigação e o tipo de informação que queremos obter, é necessário ter ideias particularizadas quanto às condições metodológicas da sua aplicação. Desta forma tem que se optar por condições metodológicas, poderá haver uma relação verbal entre o investigador e a pessoa interrogada; a entrevista poderá ser provocada pelo investigador; também se pode optar pela entrevista para fins de investigação; uma entrevista baseada na utilização de um guia de entrevista; e por fim numa entrevista com uma perspectiva intensa, que tem como objetivo conhecer em profundidade as reações das pessoas e descobrir procedimentos que não estejam implícitos. A entrevista semidiretiva é distingue-se em três modalidades: entrevista diretiva (questões padronizadas, mas para as quais se esperam respostas curtas); o relato de vida (combina a abordagem biográfica coma temática); e a entrevista não diretiva (unida a um tema geral no qual se pretende que o entrevistado explore).
Quanto ao estatuto dos dados recolhidos poderá referir-se que está bastante relacionado com os níveis de representações e com as relações objetivas, isto é, compreender o modo como os acores organizam subjetivamente as suas práticas e as valorizam. A entrevista permite aceder às representações dos sujeitos.
Relativamente à metodologia da entrevista poderá mencionar-se o papel do entrevistador, pois este tem que seguir a linha de pensamento do entrevistado, zela pela pertinência das afirmações relativamente ao objetivo em estudo; instaura um clima de confiança e pelo controlo do impacto das condições sociais na interação na entrevista. A entrevista tem que ter uma orientação em função do objeto de estudo, no qual é necessário ter alguns pontos estabelecidos: é necessário ter o objeto de estudo bem definido; atribuir pré-requisitos teóricos antes de realizar o guião para a entrevista.
É necessário haver estratégias de primeiro contacto com as pessoas selecionadas, pois há bastantes suspensões na aceitação de realizar a entrevista, é difícil comunicar opiniões e informações mais delicadas, por isso é nesta fase que o entrevistador tem que ter um papel fundamental e ter algumas estratégias atenuem estes receios e problemas. O entrevistador deve: revelar o interesse no estudo, a utilização que será feita dele; motivar o entrevistado, apoiando-se em motivos que ele adivinhe; fazer desaparecer os receios; e explicar por que motivo a pessoa foi escolhida.
O último ponto fulcral neste texto refere-se às estratégias de intervenção do entrevistador, este ponto está muito relacionado com o registo, atitudes e comportamentos do mesmo, bem como os momentos-chave de uma entrevista. O entrevistador deve utilizar expressões breves (para encorajar o discurso); pedidos neutros de informações complementares (pedir para complementar informações, de forma a demonstrar interesse); manifestações de incompreensão voluntária (para especificar algo que não tenho compreendido); a técnica do espelho (consiste em repetir palavras que acabaram de ser ditas para assim exprimir atenção e simpatia); e a técnica do reflexo (refletir os sentimentos). A entrevista passa por diferentes momentos no qual todos têm uma grande importância, esses momentos são: os preliminares (o entrevistador deve pôr o entrevistado à vontade, garantir a confidencialidade dos dados e pedir autorização para gravar); o início da entrevista (o entrevistador escolhe uma questão introdutória); corpo da entrevista (incide sobre o conteúdo de forma a responder ao objeto em estudo e à a apreensão mais fiel da informação); o fim da entrevista (pergunta-se ao entrevistado se haverá alguma informação que lhe pareça importante referir e também pode-se recolher informações sobre o modo como correu a entrevista.

  • Reflexão Crítica:

Do meu ponto de vista considero este texto de grande importância para a consolidação dos conhecimentos já adquiridos noutras unidades curriculares, no qual aplicamos estes conhecimentos, no entanto conseguir ter uma maior precessão das estratégias e comportamentos do entrevistador no “antes”, “durante” e “após” a entrevista.

De acordo com o que o autor afirma neste texto, “ A entrevista é mais uma arte do que uma técnica”, pois a entrevista é uma comunicação peculiar, no qual os dois intervenientes não se conhecem, mas no entanto o entrevistador tem que fazer com que o interlocutor dê as informações mais corretas e fidedignas, por isso é que concordo com esta afirmação pois é uma arte fazer dar fazer comunicar, dar a volta às questões de maneira e obter sucesso na entrevista e ao mesmo tempo conseguir criar uma ambiente confortável e adequado para o efeito.

Com este texto apropriei ferramentas e conhecimentos que me serão úteis no trabalho projeto que irei desenvolver e no meu posterior desempenho profissional, como técnica superior de educação.