Ficha de leitura 2
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Referência Bibliográfica: Guerra, Isabel Carvalho (2002). Fundamentos e processos de uma sociologia da acção: o planeamento em Ciências Sociais. 2ª ed. Cascais: Principia, pp.125-162
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Palavras-chave: Pré-diagnóstico; diagnóstico; planeamento.
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Síntese do texto:
Este texto refere seis pontos bastante importantes na identificação dos problemas e diagnóstico na construção de projetos de intervenção. Para se poder executar um trabalho projeto será necessário passar por quatro fases: a emergência de uma vontade coletiva de mudança e de constatação de recursos; a análise da situação e a realização do diagnóstico; o desenho do plano de ação; e por fim a concretização, o acompanhamento e a avaliação do projeto.
Com identificação dos problemas e o diagnóstico, tem-se um conhecimento mais profundo (referências teóricas) e metodológico). A fase diagnóstica tem que garantir a adequabilidade das respostas às necessidades locais e é essencial para garantir a eficácia de um projeto de intervenção, ou seja no diagnóstico tem que se potenciar as questões da intervenção, as potencialidades e os recursos da intervenção.
O segundo ponto refere-se à elaboração de um diagnóstico a partir da identificação dos problemas- análise de necessidades, no qual a autora menciona que a forma mais tradicional, começando assim pelo reconhecimento do problema, ou seja pela análise das necessidades. A grelha analítica é uma ferramenta no qual é utilizada em qualquer problema detetado, aprofundando as potencialidades, as vulnerabilidades, as oportunidades e as ameaças que poderão vir a ter na intervenção.
O terceiro ponto que o autor dá enfoque são os objetivos e funções do pré-diagnóstico e do diagnóstico. Os objetivos da fase pré-diagnóstico são: investigar e organizar a informação; determinar o enfoque principal do diagnóstico e o nível de aprofundamento do programa; e construir compromissos entre os parceiros envolvidos. Esta fase pré-diagnóstico tem como principais funções: planear o processo e organizar; conduzir a investigação sobre a informação disponível; identificar a intenção do diagnóstico; obter a aprovação do pré-programa, bem como a das metas e do calendário; identificar e lidar com o contexto político e organizacional da instituição; por fim assegurar as condutas das prioridades da instituição. Os métodos a serem utilizados para a recolha de informação nesta fase é a análise documental e entrevistas a informadores privilegiados. Seguidamente à fase pré-diagnóstico temos a fase diagnóstico tem como objetivos: documentar em que estado está o sistema de ação; determinar a importância dos problemas; identificar as questões-chave que vão de encontro com a intervenção.
O quarto ponto expõe a definição de prioridades de intervenção, a autora indica dois critérios base para a seleção: a dimensão e a natureza do problema; e o carácter reprodutivo havendo uma relação causa-efeito entre estes dois critérios. A seleção das prioridades considera várias dimensões: o horizonte temporal do plano; o nível regional no qual se vai aplicar o plano; os recursos disponíveis; a comparação entre as diferentes estratégias possíveis. No entanto é necessário estabelecer hierarquias nos problemas e para isso é fundamental seguir três critérios importantes a dimensão (do público-alvo), a transcendência (gravidade no problema) e a vulnerabilidade (capacidade de obter melhores resultados). A autora refere que é importante construir uma tabela, onde se coloque os vários problemas e os critérios, depois atribuir uma pontuação.
Quanto às metodologias a utilizar no diagnóstico são mencionados os métodos mais tradicionais que são a entrevista, o questionário, bem como recolha e análise documental. As técnicas utilizadas na fase diagnóstico pretende recolher subjetividades do problema. As técnicas a utilizar têm sempre que ser escolhidas tendo em conta o contexto onde se quer intervir.
Por último temos o ponto que se designa à construção de cenários como método de diagnóstico, pois nesta fase é necessário constituir cenários para responder a questões atuais, é bastante importante ter em conta a “sociedade acelerada e complexa mudança” no qual vivemos, tendo assim de fazer uma análise de relação entre passado-presente-futuro de forma a criar um cenário desejável. As tendências e as estratégias dos atores levam a perspetivar-se cenários e no qual requer uma reflexão. Para conseguir obter os cenários tem que se partir de probabilidades, e só assim se terá uma hierarquia dos cenários possíveis e mais prováveis.
Em forma de síntese poderá referir-se que qualquer projeto de intervenção requer um pré-diagnóstico e um diagnóstico. No diagnóstico é preciso atender a certas tarefas para que o projeto tenha um bom planeamento e corra bem, tem que se identificar os problemas mais pertinentes; ter em conta a causalidade dos problemas; estabelecer as prioridades no projeto estudado; é também importante analisar as estratégias dos atores, de forma a definir o sistema-ação e assim iniciar o processo de pesquisa-ação.
- Reflexão Crítica:
Na minha opinião este texto é bastante importante, pois vamos ter de elaborar um projeto de intervenção, por isso torna-se uma mais-valia compreender e conhecer bem as etapas de um projeto de intervenção. Poderei referir que já tive contacto com a realidade de desenvolver projetos de intervenção, no semestre passado, na unidade curricular Metodologias de Projeto, no qual tive apenas um semestre para procurar uma instituição, diagnosticar a problemática, planificar, executar e avaliar o projeto de intervenção, confesso que foi bastante exaustivo e deu muito trabalho, no entanto no fim do semestre senti-me bastante orgulhosa do trabalho que eu e o meu grupo desenvolve-mos. Penso que este texto teria sido bastante proveitoso no semestre passado, pois teria esclarecido melhor as etapas de um projeto de intervenção, pois a dada altura, no semestre passado, baralhava as etapas.
Seguramente este texto faz com que à medida que se vá lendo, se vá perspetivando as etapas e fazendo uma sequência lógica do percurso que se irá ter.