Paradigmas sobre a formação de professores
Segundo Zeichner (1983) existem quatro paradigmas sobre a formação de professores, sendo estes: o paradigma comportamentalista, o paradigma personalista, o paradigma tradicional-artesanal e, finalmente o paradigma baseado na pesquisa.
Contudo, é importante clarificar o que se entende por paradigma de formação de professores. Segundo Zeichner (1983) define-se paradigma de formação de professores como “(…) uma matriz de crenças e princípios acerca da natureza e objetivos da escola, do ensino, dos professores e da sua formação, originando formas específicas de práticas de formação de professores.”
Assim com esta ideia já clarificada voltemos aos quatro paradigmas da formação de professores.
O paradigma comportamentalista entende-se como uma formação baseada nas técnicas específicas e observáveis sobre a formação relacionadas com a aprendizagem. Já o paradigma personalista define-se como uma formação baseada nas necessidades dos futuros professores como também assenta numa forma de desenvolvimento do adulto. O paradigma tradicional- artesanal cinge-se na relação entre mestre e aprendiz no qual o ensino é visto como uma arte e o professor é o artífice. Neste tipo de paradigma o conhecimento é construído por tentativa e erro. Finalmente, o último paradigma, baseado na pesquisa, pretende desenvolver nos futuros professores capacidades para a ação refletida.
Ainda nesta linha de pensamento, segundo Zeichner (1983) existem duas dimensões dos paradigmas. A primeira dimensão denomina-se de dimensão recetiva- reflexiva e a segunda denomina-se de dimensão problemático- certo.
Indo ao encontro do que foi mencionado anteriormente existem três modelos de formação propostos por G. Ferry (1987).
O primeiro modelo intitulasse como modelo centrado nas aquisições, no qual a sua principal característica é a de adquirir ou aperfeiçoar um saber, uma técnica, uma atitude, um comportamento, bem como memorizar e integrar os conhecimentos.
O segundo modelo apelidasse de modelo centrado no processo, este tem assente o desenvolvimento da personalidade do professor e aproveita a aprendizagem adquirida pelas experiências a nível profissional: sociais, intelectuais, individuais, coletivas.
O último modelo designasse de modelo centrado na análise, no qual pretende preparar o professor para que, ao longo da sua carreira, seja capaz de se auto formar em função da análise das situações que vão ocorrendo.
Contudo, apesar destes modelos pretenderem de diferentes maneiras, é certo, apoiar os docentes existe uma serie de dificuldades que estes, na fase inicial da sua carreira, enfrentam.
A primeira dificuldade está relacionada com a disciplina na sala de aula; A motivação dos alunos também é uma dificuldade visto que os docentes desconhecem a forma como motivar os alunos; Conseguir adaptar-se às diferenças entre os alunos também é complicado numa fase inicial da carreira do docente; Avaliar o trabalho dos alunos e a relação dos docentes com os país também são dificuldades que os docentes acarretam na fase inicial da carreira.
Neste sentido de acordo com Frech Reichweinum um docente, para enfrentar as dificuldades mencionadas anteriormente e outras que podem surgir, deve possuir complexidade cognitiva, baixo nível de ansiedade, razões intrínsecas para esta profissão disposição para assumir riscos, entre outros.
Referências bibliográficas:
- Ferry, G. (1987). Acquérir, s’éprouver, comprendre. In G. Ferry. “Le trajet de la formation. Paris: Denod.
- Zeichner, K. (1992) Novos caminhos para o practicum: Education for teaching. In A. Nóvoa (Ed.), “Os professores e a sua formação”. London: Dom Quixote.